segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Poetas

Poetas são assim,
deixam-lhe vazar
tudo que não tem fim,
dos olhos escorrem-lhe
sentimentos,
das mãos escapam-lhe
palavras
e da boca baba-se
pensamentos.

A idade

Ah, a idade, nos faz querer viver
Viver hoje, o que não fizemos ontem
Brincar como não brincamos antes
Reviver o que já não é mais
Aprender o que deixamos para trás
Entender como não entendemos
Sonhar o que não podemos
Buscar o infinito do além da nossa capacidade
Apaixonar-se loucamente como a primeira vez
E torna-se besta totalmente de novo
Amar o absurdo e ser inconstante
No que dizemos e no que fazemos
Buscarmos sempre mais, querendo
Recuperar o que foi perdido ou que
se pensa perdido mas nunca perdeu-se.

Brincadeira


Me perdi em você
tentando entender
o que não tem explicação
o que manda o coração.
A vida, zombeteira!
Me pegou, uma rasteira!
Me deu asas, quero voar
Mas sou bebê, não vou tentar
Então... com quimeras vou brincar
Vou olhar-te e silenciar
Deixar a vida me levar
Fazer do papel meu amigo
Das palavras meu sorriso

Pra assim te encantar.
Se o ontem fosse hoje
E o hoje fosse o amanhã
O amanhã não chegaria
E o hoje nem seria

sábado, 18 de junho de 2016

Caótica

No caos desta imensidão,
Olho a enigmática lua.
Da janela do meu quarto
Vejo a cidade adormecer.
Silêncio e inocência,
Paira no ar, intacto!
Mas, minha loucura
Sabe o que se esconde
Nesta escuridão fétida.
Lixo, mentira, ilusão!
Continuo a observar...
E a luz do meu isqueiro
Traz me a calma que preciso,
Um cigarro, cura-me. Não!
Brinda me com uma satisfação 
Que nada mais me dá!
Deixo-me corroer por este mal
Deslumbrando-me em fumaça.
Na madrugada, vemos quem somos 
E quem os são!