sexta-feira, 5 de abril de 2013

Vida

Sobre ovos vou caminhando.
Em busca de um acalanto.
Instituindo-me fortaleza,
Acuada como uma presa.

Vou buscando onde pisar.
Apoiando-me no seu amar.
Acreditando que vou ganhar.
Neste jogo difícil de jogar.

Que hoje já não somos o que fomos,
mas que hoje ainda seremos.
Que o dia pode nascer nublado.
Mas o sol sairá encabulado.

Temos que ter a caneta na mão.
Nunca deixar que nos diga não.
Nos escrevemos nossa vida
As rédeas estão ali para nossa lida.

Palavras

Descobri que escrever preenche-me.
Rompendo o medo e brindando-me com o ensejo.
Fortalecendo-me, revigorando-me,
silenciando o que ensurdece-me.
Transformando-me em palavras,
incógnitas palavras que inundam
o vão de ser eu...

Vírgula

E uma vírgula me seduz.
Intriga-me tanto que reluz.
Uma vírgula em minha vida.
Não um ponto final, uma despedida,
apenas uma vírgula...
Vírgula essa que me intriga,
enlouquece e alucina...
Não sei o que virá depois,
existe uma vírgula...

Um nó emaranhou-me.
Desato aqui e prende ali.
Duas pontas inflexíveis.
Atadas por inconsistência.
Interrompidas e ligadas.
Um nó confuso.
Estrangulando-me.
Fazendo-me roxa.
Presa a uma interrogação.
Insaciada, deixo fluir.
Roxa de emoção,
de problemas sem soluções.
Duas pontas perdidas,
dentro de mim.
Deste emaranhados de pontas.