sexta-feira, 8 de abril de 2011

Descobertas


A vida até minha adolescência
Foi como se jogassem uma coberta
E dissessem: _ durma!
Eu fiz o que queriam, ou quase...
Teve vezes em que fui ao meio fio
E acordei com cães me lambendo...
Acreditei na ilusão: ”Família”,
imposta pela sociedade...
Com pai, mãe, irmãos e cachorro...
Embaralhei-me entre eles que me perdi
e deparei-me sob a penumbra de um terror
Na dor descobri quem literalmente sou
Apesar de que incógnitas sempre me rondarão
Eu tive alguns que me deram a mão
Mas também tive os que me beliscaram
Uma única pessoa viu-me transparente
A ela devo tudo, e mesmo assim...
Eu fui ao meio fio novamente...
Encontrei-me a meio lama e fúteis
Levantei-me sob o olhar de alguém
Esse alguém que se comparou a ela
Fez de mim nova mulher e deu-me nova vida
Cresci e descobri o amor
Onde acreditei não haver dor
Como um dado jogado a esmo
Senti-me perante você
E o tempo passou e aqui estou,
ainda penso nas incógnitas
Mas sei o que sente por mim
Graças à vida te conheci
Hoje amo te tanto quanto me ama,
tanto quanto amo meus filhos.
Obrigada por me salvar!
Por me guiar, por me amar!